APRESENTAÇÃO PLANO DO BLOG

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Grandes avanços

Sábado passado foi nossa última aula deste ano. Na aula anterior, minha aluna realizou uma avaliação, de Língua Portuguesa, de 4ª série, que baixei do site da Secretaria de Educação. Perguntei se ela queria fazer, assim teríamos uma noção de como ela se sairia, se teria dificuldade, facilidade.
Ela acertou 98% das questões, o que é um ótimo resultado. Parabenizei-a pelo desempenho, salientei que isto mostrava o quanto ela sabe. Com a realização da avaliação, ela tomou contato com uma prova de alternativas, com as orientações sobre a realização da mesma: ler, reler, anotar a alternativa, em caso de dúvidas, voltar ao texto para saná-la.
Neste sábado ela fez a comanda da redação, que solicitava que ela continuasse um texto narrativo a partir de um começo dado. Ela seguiu a comanda, escreveu a história, teve poucos erros de ortografia, criou um conflito, um desfecho.
Além disto, ela iniciou uma avaliação de sexta série, porque objetivamos verificar o que ela sabe, o que ela não sabe, para darmos continuidade aos conteúdos durante as próximas aulas, focando nas dificuldades detectadas.
Nesta aula ela se mostrou muito animada, motivada para fazer um curso de informática. Pediu minha opinião, disse que era totalmente capaz, porque realiza várias atividades do cotidiano, que também precisam da leitura: usar o caixa eletrônico, seguir as orientações do computador para realizar transações bancárias; se ela é capaz de tudo isto é igualmente capaz de fazer um curso de informática.
Ela saiu da aula disposta a efetivar a matrícula na Escola de Informática e a comprar um computador.
Novamente posso dizer "fizemos grandes coisas!"

domingo, 14 de novembro de 2010

Minha cidade



Santa Efigênia, minha cidade...
Minha cidade? povoado.
Rua da minha infância
rua larga,
de terra,
poeirenta,
meninas girando a ciranda
"Ciranda
cirandinha,
vamos todos cirandar..."

Rua larga,
casas de barro,
pequeninas,
vermelhinhas,
sem janelas,
sem jardim,
sem cerca,
livres.

Santa Efigênia...
Circo e palhaços,
risos e alegria,
sustos e surpresas,
quermesses,
cavalhadas,
muitas gentes,
muitas músicas,
cheiro de sorvete de uva no ar.

Festas, dança, música,
circo, diversão,
estudo, educação,
casar,
viver,
ser mãe,
com amor,
com emoção!
Sonhos perdidos,
à tudo: NÃO!

Minha mãe...
cruel,
muito desumana,
muito sem amor.
O meu marido...
carrasco, rude
sem amor próprio.
Sentimentos:
dono do mundo, dono de mim.

Santa Efigênia, Alagoas
marido, separação:
Libertação.
Sentimentos:
dona do mundo, dona de mim.

Obs. Texto inspirado no poema "Minha cidade" de Cora Coralina.

Que delícia escrever!

10/09/2010
Hoje minha aluna chegou animada, sorridente, pra cima! Conversou com minha mãe, que veio me visitar, ambas oraram (são evangélicas), conversaram um pouco.
Antes de iniciarmos a aula propriamente dita, me falou que “a Senhora precisa ler o livro que me deu. Como é bonito. Como ele conta a história com “minúcias”. Agora consigo apreciar o que leio, entendo porque tantos detalhes na história. Consigo ver a cena, os acontecimentos.”
Iniciei a aula dizendo a D. J., que faria duas leituras de poemas de Cora Coralina, que um deles traria um desafio para ela.
Li, primeiro, “Ofertas de Aninha” (Oração aos Moços), onde a autora fala, entre outras coisas, da importância de não desistir da luta, de recomeçar sempre, acreditar na vida. Quanto terminei a leitura logo ouvi os comentários “Que lindo! Como ela escreve bem!”  e ainda “Quando escrever meu livro, acho que não saberei usar as palavras assim”. Encerrei esta parte dizendo que esta leitura era para fruição, somente para ouvir e apreciar, mas que a outra que faria em seguida traria o desafio.
Li, em seguida, o poema “Minha cidade”, onde a poetisa fala de sua infância, impressões sobre a cidade de Goiás. Falei para a aluna, que o desafio era escrever um poema, parecido com o texto ouvido, falando também da infância e da cidade dela. Primeiramente pedi que escrevesse, em prosa, tudo que ela lembrava da cidade e de sua infância. Ela escreveu uma folha inteira, mais o verso da folha. Quando começou a escrever parecia que não mais pararia. Li o texto, fiz poucas correções, porque voltaríamos nele, pois o foco da aula era a escrita do poema.
Enquanto ela escrevia, fiz um esquema do poema de Cora, colocando a quantidade de versos e estrofes.
Quando ela terminou de escrever falei sobre texto em prosa e texto em verso, bem como a diferença entre ambos: forma, utilização das palavras.
Mostrei o esquema do poema de Cora, montei também uma ideia do que ela falaria nas estrofes, de acordo com o que estava no texto já escrito em prosa.
A cada estrofe as ideias iam fluindo, as palavras, quando havia algum entrave, ia dando uma ou outra sugestão.
Dona J., ou melhor, a agora autora J. T..., escreveu seu primeiro poema, assinou sua criação, feliz com mais esta conquista! Disse ainda “que delícia escrever!”
Também fiquei feliz com esta minha conquista: ouvir dela essa frase, que mostra que aos poucos os obstáculos estão sendo superados, que a aprendizagem está acontecendo, mais ainda, que está havendo prazer em aprender, prazer em escrever, em poetisar.

Minha aluna: Senhora do Destino

26/08/2010 – Hoje minha aluna chegou animadíssima, dizendo que eu fui enviada por Deus. Em seguida já foi me contando que adorou o livro (que eu trouxe para ela da Bienal), que é a “história da vida dela, que inclusive havia lido um trecho para  o filho dela, que disse a mesma coisa”.  Me contou trechos do livro, que a emocionaram, que conseguiu se ver, como se estivesse vivendo a história, que está fruindo a leitura, que depois que soube, por mim, que os detalhes, as minúcias fazem a beleza da literatura, que ela está aprendendo a apreciar a leitura, os livros. Quis conversar, falar sobre o livro, sobre a história da vida dela. Me falou de uma música, do Milton Nascimento, que foi tema da novela “Senhora do Destino”, ouvimos um cd com a música, ela chorou de emoção. Conversamos bastante, por conta disto disse que não iria cobrar a aula, afinal mais conversamos... Ela disse que lendo este livro, assiste a tv e consegue se lembrar que leu a palavra, que sabe o significado. Que tem certeza que vai vencer esta luta, que é uma batalhadora, haja vista a história de vida dela.

Eu vou escrever o meu livro!

21/08/2010
Hoje, pouco antes do horário marcado para a aula, minha aluna ligou, muito cansada (havia feito faxina na casa, lavado roupa!), queria desistir da aula, mas perguntou o que eu achava, disse, então, que ela deveria tomar um banho, que ficaria mais animada, assim teria forças para vir para a aula.
Ela veio. Percebi, logo no portão, que mesmo cansada, estava animada. Retomamos o relato autobiográfico, que ela havia escrito ontem. Falei primeiro dos acertos dela: uso de verbos no passado, utilização de expressões como “quanto era criança”. Em seguida falei dos erros de ortografia: “derrepente”, “secasar”, acentuação: “gravida”, retomamos, assim, a regra de acentuação das proparoxítonas. Falei a diferença entre o prefixo “auto” e a palavra “alto”.
Ainda analisando o texto dela, falei que ela encontraria, em textos deste tipo, a utilização de verbos no passado, indicando coisas que aconteceram há muito ou pouco tempo; verbos no presente, indicando fatos que estão acontecendo agora (tempo presente), que o autor faz esse vai-e-vém entre passado e presente durante todo o texto. Quando expliquei isso, em seguida, acendeu-se em sua testa uma luz, ela me disse “No livro da Lya Luft, que estou lendo, acontece isto o tempo todo. No começo eu não estava entendendo, mas agora a senhora explicando desse jeito, percebi porque ela ora fala do presente, ora do passado.” Atrelei a este comentário dela, mais comentários sobre o outro livro que ela leu, do Carlos Heitor Cony.
Para encerrarmos a aula, abri o livro do I Prêmio Ser Autor, abri em uma das páginas que contam histórias (relatos reais) de professores e, fui muito feliz, quando ao acaso parei no texto “Viação Santa Maria”, que conta a história de um jovem, na 8ª série, cuja vida foi transformada pela leitura e pela escrita. Me emocionei, ela emocionou-se muito mais, as lágrimas afloraram, e ela me disse “Que maravilha! Que lindo! D. Maria, eu vou escrever o meu livro!” Eu disse para ela, que sim, com certeza iria escrevê-lo, que eu iria na noite de autógrafos.

Leitura: a pedra preciosa

Dia 20 de agosto de 2010
Estive na 21ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo, de onde trouxe um livro, Dias raros, de João Anzanello Carrascoza, que entreguei a minha aluna com uma carta. Ela iniciou a leitura, mas no meio as lágrimas afloraram e ela não conseguiu prosseguir, então eu terminei. Ela ficou muito feliz e disse que são coisas como essa, que fazem com que ela não desista!
Falamos um pouco sobre cartas, pois foi o assunto de nossa aula anterior, ela mostrou-me uma outra carta, que havia escrito. Li a carta, comentei alguns erros, corrigi-os, expliquei. Me fixei mais na diferença entre PÔS e POIS, a função das palavras, como usá-las. Sempre comparo o que estou explicando com algo mais palpável, por exemplo, expliquei que as conjunções servem para ligar frases e orações, tal como a farinha em um bolo, que serve para dar “liga”, ou então os elos de uma corrente. Disse que as palavras têm uma função, verbos e conjunções, que tal como um livro e um lápis servem para atividades distintas, assim são as palavras.
Falei que iríamos trabalhar com relato autobiográfico, por isso expliquei a diferença entre biografia e autobiografia. Li um relato de memórias de leituras de uma professora do Prêmio Ser Autor, que nos emocionou muito a ambas, para comentar algumas características deste tipo de texto: uso de primeira pessoa e verbos no passado.
Em seguida, pedi que D. J. escrevesse uma de suas tantas histórias de infância, atentando para escrever usando a primeira pessoa e os verbos no passado. Terminada a escrita, fiz algumas correções: acentuação, ortografia, mas fiquei de explicar cada correção na próxima aula.
Para terminar a aula li um poema de uma aluna de 54 anos, da rede pública estadual, do 3° ano do EM-EJA, cujo poema foi publicado no mesmo livro do Prêmio citado acima. Ela ficou encantada com a beleza do poema, com o uso que fizeram das palavras. Ela disse que agora estava encontrando sua pedra preciosa.

Cartas e auto-estima

Hoje, 13/08/2010, minha aluna chegou um pouquinho atrasada. Logo que entrou na sala, já me disse que estava desanimada. Disse o que sempre diz nesses momentos: que não sabe ler, nem escrever, que não entende o que lê. Que conversou com algumas pessoas “amigas”, acabou ouvindo comentários do tipo “Pra que continua ido a essas aulas se nem vai ter diploma?”, “Para que você quer continuar estudando?”
Após esses e outros comentários, que ouvi atentamente, fiz um “feedback”, do que fizemos nos últimos dias:
- ela leu um livro sozinha, sem ajuda;
- ela foi capaz de me contar um resumo da história;
- conseguiu contar detalhes do livro;
- sentiu-se tocada pela linguagem do autor e pela história lida.
Que tudo isso indicava que ela havia entendido o livro. Em seguida ela me disse que havia palavras em inglês, que ela não conseguiu ler, nem entender, então rebati dizendo que, durante nossa vida de leitores, veremos termos em inglês, francês ou espanhol, mas que elas não nos impedirão de entender noventa ou noventa e nove por cento do livro.
Mostrei a ela um livro de Gabriel Garcia Márquez, o último que ele escreveu, autobiográfico, disse que quando o li, achei que não tinha entendido nada, pois o livro é denso, que traz, entre outras coisas, um pouco da história da Colômbia, mas que um dia ouvindo uma reportagem, que tratava da história recente deste país, lembrei do episódio, porque havia lido no livro de Márquez.
Em seguida, falei que íamos estudar sobre a escrita de cartas. Ela comentou que uma outra professora já havia ensinado, mas mesmo assim insisti. Li uma carta que Mario de Andrade escreveu ao, então jovem escritor, Fernando Sabino. Comentei a estrutura da carta, mostrei cada parágrafo e os assuntos, bem como detalhes como o nome completo do destinatário, Fernando Tavares Sabino, o que indicava que não tinham intimidade, além disso o teor da carta se restringia à análise do livro enviado para Mario de Andrade, como também sobre as perspectivas do futuro escritor; que isto também demonstrava formalidade.
Falei da diferença de linguagem de uma carta trocada entre amigos, uma carta trocada entre uma empresa e o cliente, para isso mostrei uma carta da Telefônica, comparando a estrutura: cidade e data, vocativo, assinatura, alinhamento do texto.
Nesse momento demonstrei que ela, se fosse escrever uma carta, apresentando a empresa dela para outras grandes empresas da cidade, utilizaria a linguagem formal, objetiva, como a carta da Telefônica.
Pedi então que escrevesse uma carta a algum amigo(a). Após a escrita fiz a correção da acentuação, alguns errinhos de ortografia, me detive no uso de MAS e MAIS, cujo uso errado apareceu no texto dela. Comentei positivamente o texto, enfocando os acertos: atendeu à estrutura do gênero textual, fez a paragrafação.
Quando nos despedimos no portão, ela me disse que estava mais animada!

domingo, 26 de setembro de 2010

“Hoje fizemos grandes coisas!” (Carlos Heitor Cony)

Hoje, 06 de agosto de 2010, retomo  a escrita desse diário, desse relato. Durante esse período, sem escrever, tivemos algumas aulas, me ausentei da cidade, viajei, por isso não escrevi, estava meio desanimada.
Minha aluna teve nesse período alguns desânimos também, ora ou outra se perguntava se valia a pena continuar as aulas, mas tivemos avanços também.
Em uma de nossas primeiras aulas comentei com ela sobre um livro que tinha acabado de ler “Quase memória”, de Carlos Heitor Cony. Falei do quanto a história era interessante, do como prendeu minha atenção, fiz um breve resumo da história. O tempo passou e um dia desses ela me pediu “quero ler aquele livro, que a senhora estava lendo”. Emprestei o livro, ela leu, disse que com um pouco de dificuldades, meio sem entender tudo que estava lendo, mas disse a ela que a leitura é assim mesmo, as vezes a gente lê, mas não entender tudo, mas que nem por isso deve desistir. Hoje terminamos a leitura juntas. Li para ela as duas últimas folhas. Ao final da leitura ela começou a falar, a contar as impressões dela sobre a história, fazendo paralelos entre a história do livro e nossas histórias de vida, contando detalhes da história lida, saboreando a leitura, degustando esses trechos que tocaram fundo em sua alma.
Ainda comentando sobre o livro, ela relembrou um trecho em que o pai do narrador pega o nariz dele e esfrega no quadro-negro, tentando ensinar algo, que ele não conseguia compreender. Que ela se lembrou do cartão que eu dei para ela, junto com um livro, onde eu falei coisas que ela sentia, que ela precisava ouvir/ler, palavras que a incentivaram a continuar lutando pelo seu sonho de ler, de dominar a leitura e a escrita.
Aproveitei essa vontade enorme dela em falar do livro, solicitei que escrevesse uma resenha (simples). Orientei-a de como começar: nome do livro, autor, editora. Escrever um breve resumo da história e sua apreciação sobre a leitura. Em seguida, após algumas correções no texto, mostrei-lhe duas resenhas de livros na Revista Pátio. Li uma delas, fiz alguns comentários a respeito de como a autora estruturou o texto: os parágrafos, os assuntos.
Vou terminar esse relato desse dia, parafraseando o livro “Quase memória”: “Hoje fizemos grandes coisas!”.

Professora, o que é região metropolitana?

Sábado, 29/05/2010. Hoje tivemos uma hora e meia de aula, porque ela disse que estava muito atarefada. Ela veio com algumas dúvidas sobre metrópole, região metropolitana. Queria saber porque a cidade de São Paulo era chamada de metrópole, bem como o que era a região metropolitana. Para explicar isso, falei sobre o conceito de municípios, sub-prefeituras. Primeiro expliquei exemplificando com a cidade de São Paulo e as cidades próximas, mas ela me disse que não havia entendido;  se eu poderia explicar falando de Botucatu. Perguntou-me se a Cohab I era considerada, em relação ao município, região metropolitana, então comparei Botucatu com uma cidade grande (metrópole) e as cidades próximas: Pardinho, Bofete, Avaré, como cidades próximas e por isso pertencentes à região metropolitana. Para explicar a diferença entre bairro e município falei sobre prefeitura, câmara municipal e sub-prefeitura, usei para exemplificar a recém-instalada sub-prefeitura de Rubião Junior, bairro de Botucatu.
Abordamos um pouco da Mitologia Grega, alguns deuses e entidades, utilizando para isso uma matéria da Revista Superinteressante. Falamos sobre Cronos (Deus do Tempo) e origem da palavra cronologia; Hermafrodito: entidade filha de Hermes e Afrodite e o conceito atual de hermafrodito: pessoa que possui os dois sexos (masculino e feminino).
Todos os conceitos explicados foram copiados caprichosamente por ela no caderno, atentando para a escrita, apagando e corrigindo, quando eu dizia que a escrita estava errada.

Leitura de um livro há muito tempo guardado

Quinta-feira, 27/05/2010, D. J... me ligou para avisar que tinha vários compromissos na sexta-feira, por isso gostaria de transferir nossa aula para o sábado. Aceitei. Perguntei como ela estava, se estava tudo bem. Ela me disse que havia lido um livro e entendido tudo, que estava iniciando um outro, a história de Vida de Jece Valadão, pois ela sempre gostou deste ator, que comprou o livro quando ele esteve na Igreja dela (Congregação Cristã), pois ele era evangélico. Como sempre elogiei sua iniciativa e disse que durante a aula ela me faria um resumo do livro que acabou de ler. Percebi que ela estava bastante feliz e motivada com essa nova conquista: ler um livro e entender todo o conteúdo.

Uma surpresa, um presente: um livro

No dia 07 de maio fiz uma surpresa para Dona J... Comprei um livro, que aliava filosofia e Jesus Cristo, pois ela havia dito que quer conhecer filosofia, entre outras coisas. Senti vontade de dar um presente a ela, passei em uma banca de revistas, vi o livro, li a contracapa, achei que seria o presente ideal, pois a aluna é muito religiosa, sempre lê a bíblia, participa de cultos na igreja Congregação Cristã.
Quando eu lhe entreguei o livro, com um cartão dentro (feito por mim) com dizeres especialmente escritos para ela, D. J... se emocionou muito, chorou ao ler o cartão. Após se acalmar, me disse que quando acordou, estava angustiada, pediu a Deus um sinal, pois se achava perdida, desmotivada. Uma das coisas que ela sempre repete é que “Eu não sei ler. Não consigo aprender nada.” Esse sentimento, que ela já introjetou, é reforçado pelos familiares, marido, a filha, que dizem coisas como: “Você estuda tanto e ainda não aprendeu a ler?” ou então “Por que você está estudando, se está velha, vai morrer logo?”
Nessa aula mais conversamos, pois iniciávamos um assunto, voltávamos a falar do sentimento dela de impotência diante da leitura.
Propus que na próxima aula faria, se ela deixasse, uma experiência: filmaria duas leituras dela, sendo uma de um texto conhecido e lido por ela em outras ocasiões e um texto novo, que ela não conhecesse. Ela aceitou, mas perguntou porque esses dois tipos de leituras. Expliquei os motivos. Espero com isso, mostrar a ela, que ela já lê bem sim, mas que é normal ao lermos textos novos, termos certa insegurança, que será sanada a medida que ela for lendo mais e mais livros, textos.
Ela demonstrou vontade de fazer um curso de informática fora, em uma escola de informática, mas disse que não tem coragem de se matricular, nem de freqüentar as aulas, pois o medo de ser flagrada sem saber o que fazer, sem saber ler as informações na tela do computador, é muito maior que o desejo de aprender informática.
No dia 18, uma terça-feira, Dona J... estava muito animada. Ela me disse que pensou muito nas coisas que eu falei (sobre ler silenciosamente, observando bem as vírgulas, pontos, pontos de interrogação, assim saberia onde fazer pausas, onde mudar a entonação; que a leitura silenciosa “treina” o olhar, ajuda a percorrer as linhas, ver mais longe), que ficou pensando também na leitura dela, vista na TV, após a filmagem que realizei na aula anterior. Que viu que estava lendo, mas que precisava melhorar!
Ela trouxe o livro que dei, sobre a Filosofia nos ensinamentos de Jesus Cristo, que ela parou a leitura, que vinha fazendo, que a recomeçou seguindo minhas orientações. Leu a primeira página em voz alta, houve uma melhora na leitura. Disse que tinha umas perguntas a fazer a respeito de símbolos que viu no texto, mas não entendeu, por exemplo: (...), [...], ou ainda (FREIRE, 2006, pág....).
Expliquei a ela a respeito desses símbolos, bem como para que serve esse nome de autor entre parênteses, sobre bibliografia, pesquisa acadêmica, plágio.
Para ilustrar e mostrar algo mais real, mais próximo dela, mostrei a tese de mestrado de meu marido, para que ela visse o fruto de pesquisas.
Como falo de meus irmãos pra ela, das dificuldades que tiveram, como um deles conseguiu com muita dificuldade cursar uma faculdade de renome, bem como das lutas que travou até conseguir emprego em empresas multinacionais. Ela leu um trecho, eu continuei a leitura de um relato de um dos meus irmãos, publicado em uma revista da faculdade, onde ele conta todo o percurso dele desde o primeiro emprego, até conseguir gerenciar uma rede de lojas, mais tarde sua grande chance em uma grande empresa. A leitura do texto, desse exemplo real, e das palavras de incentivo presentes no relato serviram para deixá-la mais motivada.
Acabamos combinando, a pedido dela, fazer parte da aula como aula de informática, pois é algo que ela quer muito aprender, mas tem receio de se expor em uma escola.
Havia feito uma palavra cruzada especialmente para ela, utilizando palavras já estudadas anteriormente, bem como objeto de um jogo do dicionário, pois dessa forma faria uma revisão das palavras, assim como trabalharia a escrita/correção das mesmas.

Um pouco de Geografia e retomada de repertório vocabular

Ontem, 30/04/2010, tivemos uma aula de duas horas. Ela voltou mais animada, mas não menos insegura, o que me confessou no decorrer da aula, porém trouxe os dois livros de poesia que levou para ler em casa, disse que leu os dois e gostou, porém trouxe um livro de Geografia (utilizado na EJA), com várias páginas marcadas por um clips, com palavras destacadas, grifadas à lápis. Percebi que a ansiedade dela é conhecer mais da Geografia, da História, por isso deixei os livros de poesia de lado, optei por abordar, então, o livro de Geografia.
Antes disso, disse a ela que havia feito uma brincadeira com palavras do dicionário, que iniciaríamos a aula com essa atividade, evitei usar o termo “jogo”, porque há religiões que abominam todo e qualquer jogo.
Disse que faríamos, por ser a primeira vez, de uma forma mais simples, posteriormente iríamos retornar a essa brincadeira, dificultando-a.
Espalhei as palavras (digitadas em papel vergê, com caracteres grandes para facilitar a leitura), explicando que ela ficaria responsável por ler e encontrar entre elas, aquela que corresponderia ao significado lido por mim, que a cada acerto ou erro seria anotada uma pontuação para ela.
Iniciei a atividade pedindo a D. J..., que lesse cada uma das palavras dispostas na mesa, que em seguida dissesse o significado de cada uma, da forma como ela conseguisse, utilizando as palavras dela. Disse também que depois eu retiraria as fichas com os significados de cada palavra, leria, pediria a ela que encontrasse, entre as quase vinte palavras espalhadas na mesa, aquela que correspondesse ao significado lido.
Já na primeira palavra, fiz a leitura, busquei o dicionário para mostrar a ela, que logo nas primeiras páginas desse livro há um glossário com os significados das abreviaturas, que aparecem em cada palavra, como: s.m., s.f., vi, vtd.
Já nesse momento aproveitei para falar a ela sobre o radical das palavras, que quem conhece essa parte da palavra, consegue “adivinhar” o significado de outras que nasceram dessa mesma raiz. Explicando a ela, que assim ela também poderá associar palavras novas a outras do vocabulário dela, para dessa forma conseguir entender o que quer dizer essa nova palavra.
A atividade transcorreu muito bem, pois das dezessete palavras lidas, ela acertou quinze, o que serviu para mostrar a ela, que está aprendendo sim, que além disso ela possui muitos conhecimentos, que serão ampliados a cada aula, a cada leitura.
Após essa atividade passamos para a leitura do livro de Geografia, cujo primeiro capítulo era sobre cartografia. Ela leu a primeira página, que trazia um poema para iniciar a conversa sobre cartografia. Aproveitei a palavra cartografia para retomar o conceito de radical (da palavra). À medida que a leitura avançava, falando de um roteiro de viagem pelo Rio Amazonas e alguns de seus afluentes, citando Estados, eu ia mostrando no mapa, próximo ao texto, para que ela conseguisse relacionar a informação textual à informação iconográfica.
Durante essa leitura, Dona J... demonstrou a necessidade de entender o que seria “zona norte, zona leste”, termos usados pelo pastor da igreja para perguntar onde cada fiel morava, que deixou a todos boquiabertos pelo desconhecimento, uma vez que em Botucatu não é comum se falar dessa forma, diferentemente de São Paulo, onde as pessoas têm esse conhecimento internalizado.
Busquei um grande mapa da cidade de Botucatu, com os bairros, ruas, para mostrar a ela como se localizar na cidade, usando para isso os conhecimentos dos pontos cardeais, que estavam sendo abordados no primeiro capítulo do livro de Geografia.
Mostrei no mapa a ela, mostrei a localização aproximada das diferentes zonas da cidade: norte, sul, leste, oeste; que era uma preocupação dela em saber se localizar na cidade, localizar a própria casa no setor correto (zona).

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Primeiros obstáculos, bloqueios

Na próxima aula, iniciamos a leitura de um outro livro paradidático, que conta a história de uma menina brasileira, que nasce aqui, mas que se muda pra França, onde vive por vários anos, depois retorna ao Brasil. A autora faz um paralelo entre a história do Brasil e o que há em comum com a França, em quais momentos essas histórias se tocaram. Por se tratar de uma leitura com termos mais difíceis, alguns em Francês, não produziu um bom resultado, pois não pudemos terminar a leitura na aula, Dona J... levou-o pra casa, como não conseguiu avançar na leitura, devido aos termos difíceis, se desesperou, até chorou em casa, achando que não conseguiria aprender, muito menos ler livros mais profundos.
Como se não bastasse esse sentimento, ela ouve, de uma pessoa da família, palavras, que a deixam desanimada, questionando se vale a pena continuar tentando aprender.
Essa sensação de impotência, imposta à ela, junta-se à própria insegurança dela quanto a sua capacidade, por isso a cada aula há a necessidade de usar palavras de incentivo, motivação, mostrando, por meio de exemplos concretos, reais (da vida dela), que ela é uma batalhadora, que venceu inúmeras dificuldades, portanto tem todas as condições para avançar na leitura e na aquisição do conhecimento.
Após essa aula, que ela falou da dificuldade com palavras novas, com a pesquisa no dicionário, do não entendimento do que lê, resolvi montar um “jogo” do dicionário com palavras/termos abordados durante as aulas (verso, estrofe, título, afagar...) com outros do cotidiano dela, tais como: bíblia, apocalipse, Messias, versículo, recibo... (pois ela é evangélica, conhece muitas palavras lidas nos cultos da igreja e estudados em casa; conhece também muitas palavras relacionadas ao comércio).

Primeira aula, primeiras descobertas

Na primeira aula, de duas horas, foi lido um livro paradidático infantil de Ruth Rocha, que trata da história do Brasil, de uma forma simples. Com esse livro, além da leitura, foi trabalhado o vocabulário, enfatizando termos específicos, que ali apareciam, como: caravelas, Tratado de Tordesilhas, ideias do século XVI, como a de que o mundo era uma pizza; falou-se um pouco do período das grandes navegações.
Na aula, na semana seguinte, mostrei a ela o computador, os recursos que ele dispõe, tais como: programas word, excel; a internet e o acesso ao mundo do conhecimento em qualquer lugar do planeta. Nessa aula, mostrei imagens relacionadas ao livro lido na aula anterior, tais como: Pedro Álvares Cabral, o rei D. Manuel (o Venturoso), caravelas, mapas do período das navegações e anteriores a essa época, imagens e um passeio pela Torre de Belém (Portugal), de onde partiam as caravelas rumo ao mundo desconhecido. 
Em todas as aulas sinto na D. J... um misto de surpresa, descoberta, medo de não ter tempo (e não conseguir) para aprender TUDO o que ela sonha, deseja ardentemente conhecer. A cada nova informação, a cada novo conhecimento (mesmo coisas habituais e comuns para nós) produz nela uma sensação de encantamento, os olhos brilham!


Links utilizados para mostrar as imagens citadas acima:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:FraMauroMap.jpg – mapa do Fra Mauro – mundo pizza

http://www.mosteirojeronimos.pt/web_torre_belem/flash_tb/index.html - história da Torre de Belém – Lisboa – Portugal

http://pt.wikipedia.org/wiki/Manuel_I_de_Portugal - D. Manuel, o Venturoso – imagem dele e história

http://pt.wikipedia.org/wiki/Pedro_Álvares_Cabral - PEDRO ÁLVARES CABRAL – IMAGEM E HISTÓRIA


MAPA DA EUROPA – LOCALIZAÇÃO DE PORTUGAL

Histórico inicial

Soube, por meu marido, de uma senhora que querendo muito aprender, procurou a escola dele querendo matricular-se, o que não foi possível, pois ela está com a idade acima do permitido para o ensino regular, não era desejo dela estudar na suplência.
Ele me disse que ela iria então procurar uma professora particular, porque,  mais do que um certificado, o que ela queria mesmo era o conhecimento, o saber.
Uma semana se passou e reencontramos essa senhora no Estacionamento, onde ela trabalha, que pertence a sua família, que ela e o esposo administram, no centro da cidade.
Conversamos brevemente, ela ficou com meu telefone, no mesmo dia me ligou para combinarmos o horário para as aulas.
As aulas acontecem às sextas-feiras, variam de uma a duas horas, dependendo da disponibilidade de horário dela e meu também.
As aulas não seguem um programa rígido, por enquanto, pois ainda estou conhecendo-a, auxiliando-a a vencer alguns bloqueios, medos.  Também não utilizo livros didáticos como material de apoio, pois a leitura é feita em livros paradidáticos.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Mudança de rumo


Este blog, inicialmente pensado para socializar um trabalho de correspondência entre escolas, terá seu plano inicial mudado, com a ciência da Tutora Marli Fiorentin, pois, por motivos profissionais e pessoais, não mais desenvolverei o trabalho citado, mas a nova proposta (apresentação powerpoint) será também muito enriquecedora, porque contará as experiências vividas no cotidiano de uma professora e sua aluna.
A primeira querendo sentir o prazer de ensinar para, pelo menos um aluno, que tenha vontade, desejo de aprender, cujos olhos brilhem a cada descoberta.
A segunda, já adulta, micro-empresária querendo ampliar seus conhecimentos sobre a leitura, a escrita, Arte, História, cotidiano... uma vontade imensa de aprender muito!!! 
Ela traz para a aula todos os dias: sonhos, desejos, medos, inquietações, objetivos, frustrações... que estão sendo vencidos semana a semana!

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

ESBOÇO DO BLOG - CURSO EDUCAREDE

TERÇA-FEIRA, 14 DE SETEMBRO DE 2010

Tarefa 2 - Planejando um esboço do edublog

PLANO DO MEU BLOG

    • Qual tema será abordado? Para qual nível? Sobre que área ou disciplina?
Tema: escrita de textos epistolares: cartas pessoais
    • Que tipo de edublog será?
Tipo: professor x alunos
    • Que tipo de atividades/ oportunidades de aprendizagens serão disponibilizadas neste edublog?
Serão disponibilizadas informações e curiosidades sobre o papel das cartas na história e nos dias atuais.
    • Por que o blog pode enriquecer a proposta pedagógica?
Porque trará, de forma organizada, conhecimentos adicionais para o Projeto de trocas de cartas entre duas escolas, bem como possibilitará aos alunos a troca de fotos das suas cidades.
  1. Objetivo
Socializar as experiências e atividades do Projeto de Cartas entre meus alunos das 6ªs séries da EE PROF. AMÉRICO VIRGÍNIO DOS SANTOS (BOTUCATU-SP) e os alunos da Prof.ª Márcia Dechechi da EE DR. GENEROSO ALVES DE SIQUEIRA (SANTO ANDRÉ-SP).
  1. Justificativa do Blog e do Projeto Cartas
Os alunos da Rede Estadual de Ensino farão em novembro a avaliação do SARESP (Sistema de Avaliação do Rendimento Escolar do Estado de São Paulo), na qual uma das disciplinas avaliadas é Língua Portuguesa, que possui uma parte com questões objetivas e outra com uma redação, que no caso dos alunos da 6ª série o tipo de texto a ser escrito é a CARTA PESSOAL.
Por conta desta avaliação que se aproxima, bem como por não ser mais comum o envio e o recebimento de cartas pessoais pelos Correios, haja vista a popularização do e-mail, msn, orkut, combinamos, eu e a Prof.ª Márcia, desenvolver o projeto com nossas turmas desta série. Para o envio das cartas optamos pela CARTA SOCIAL, por ser a mais barata, uma vez que provavelmente o valor da postagem sairá do bolso do professor, porém este tipo de carta tem limitações quanto á quantidade de folhas (apenas uma), por isso os alunos não poderão enviar fotos, postais e outros documentos para se conhecerem, conhecerem melhor ambas as cidades, por estes motivos utilizarei o blog para realizar esta ponte entre estes dois universos: cidade grande (SANTO ANDRÉ) e cidade do interior (BOTUCATU), desta forma os alunos que tiverem acesso poderão conhecer a cidade do colega.
  1. PARTES (POSTAGENS DO BLOG)
3.1. – ABERTURA – apresentação do Blog e do Projeto
3.2. Objetivos do Blog
3.3. Textos de algumas cartas dos alunos
3.4. Auto-avaliações escritas dos alunos sobre sua participação no projeto e o que aprenderam com ele.
LINKS E FOTOS
3.5. Fotos de Botucatu – principais pontos da cidade (turísticos)
3.6. Links para órgãos relacionados à cidade/escola: Prefeitura, Centros Culturais, Correios, blogs da Escola e da Professora
3.7. Vídeos sobre as cartas desde as primeiras: cartas de navegação, as cartas durante as guerras, blog como meio para troca rápida de informações...
3.8. Painel Fotos da Escola e do Entorno – poderão ser tiradas pelos próprios alunos
COMENTÁRIOS DOS ALUNOS SOBRE O BLOG E O PROJETO (AQUELES QUE TIVEREM ACESSO À INTERNET)
Maria S. Delfiol Nogueira

TAREFA POSTADA NO BLOG: http://blogcurso3.blogspot.com 

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

DUAS FERRAMENTAS DA WEB 2.0 – QUALIDADES E FUNCIONALIDADES

Vou falar sobre duas ferramentas da web 2.0, com as quais tenho mais afinidade e utilizo bastante.
O MSN, ou messenger, é uma ferramenta cuja principal característica é a possibilidade da comunicação imediata com seus contatos, seja por meio da palavra escrita (mensagens) ou por meio do uso de voz e vídeo, recursos também oferecidos pelo programa.
Além destes recursos há também a possibilidade de compartilhar, com o contato on line, fotos e vídeos, o que é muito interessante, porque se você estiver falando de uma viagem, de um local que visitou e gostou, ou ainda de um filme, apresentação, que assistiu e recomendaria, poderá de imediato repassar a informação para o amigo(a).
Bastante interessante também é o recurso de poder receber mensagens do seu contato, que enviou via bate papo, enquanto você estava off line.
O Twitter conheci mais recentemente por influência de minha sobrinha adolescente, mais um exemplo da aprendizagem acontecendo entre gerações diferentes, de formas diferentes. Mas o que é e para que serve?
Segundo a wikipedia twitter
(pronuncia-se "tuíter") é uma rede social e servidor para microblogging que permite aos usuários que enviem e recebam atualizações pessoais de outros contatos (em textos de até 140 caracteres, conhecidos como "tweets"), através do website do serviço, por SMS e por softwares específicos.”
Essa nova rede social criou inúmeras possibilidades de comunicação, como não poderia deixar de ser, de marketing.
A comunicação escrita no twitter passou a conviver com a síntese, pois o programa coloca uma limitação de 140 caracteres (letras, espaços, sinais de pontuação) para cada mensagem, inclusos nestes caracteres estão os endereços dos contatos, portanto, na prática, são menos de 140.
Mesmo com esta limitação há autores, que conseguem escrever textos maiores usando o twitter, como é o caso do escritor Luís Fernando Veríssimo. Procure-o no twitter e confira!
Além deste uso, há outras, por exemplo, a propaganda. É muito freqüente, pois há empresas que utilizam o twitter para ampliar os horizontes mercadológicos dos produtos que vendem, para tanto saem adicionando todo mundo.
Os adolescentes são grandes adeptos do twitter, mas pelo que tenho observado a utilização é mais ou menos a mesma do msn: conversar com os amigos reais e os virtuais também.
A respeito disto, Barack Obama foi um dos grandes utilizadores do twitter durante sua campanha, atualmente os políticos brasileiros também viram nesta rede social mais uma porta para um mundo de possíveis eleitores, utilizam-no para disseminar suas propostas, agenda de campanha, responder questionamentos de internautas, disseminar informações sobre o andamento da campanha eleitoral.
Durante a Bienal Internacional do Livro aconteceu no twitter, por um curtíssimo espaço de tempo, um concurso de redação de microcontos, no qual participaram 300 pessoas (eu participei!), cujos textos serão publicados em um livro da Fundação Volkswagen.
Achei interessantíssimo o concurso, bem como a forma como foi proposto e realizado: inteiramente pelo twitter!
Acredito que esta proposta de escrever uma história com começo, meio e fim, utilizando somente 140 caracteres, pode ser utilizada em uma atividade de Língua Portuguesa ou mesmo de Inglês ou Espanhol. Aparentemente uma atividade fácil, mas quando nos deparamos com o limite da quantidade dos caracteres, verificamos que não é tão fácil assim.

APRESENTAÇÃO


Sou Professora de Língua Portuguesa, na Rede Estadual de São Paulo, há 18 anos. Formada em Letras (FAFIPA- Paranavaí-Pr), Pedagogia (Uni-A - Santo André-SP) e Gestão Educacional (Unicamp - Campinas-SP).
Durante um ano e seis meses trabalhei como vice-diretora, bem como substituindo a diretora durante os afastamentos legais.
Trabalhei também como professora coordenadora também por um ano e meio, primeiro como coordenadora das Oficinas Curriculares (em uma Escola de Tempo Integral), depois em uma escola de Ciclo II e Ensino Médio.
Atuei durante 9 anos na formação de professores na Oficina Pedagógica da Diretoria de Ensino da Região de Santo André.
Mantenho dois blogs, além deste destinado às atividades do Curso Blog 3 (Educarede), sendo um blog pessoal ( http://impressoesnoturnas.blogspot.com ) e outro profissional ( http://professoradelfiol.blogspot.com ). Todos estão convidados a conhecê-los também!